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Casos de síndrome respiratória crescem em MS e já causam quase 170 mortes no ano

Por RB NOTÍCIAS em 05/05/2025 às 14:00:05

Mato Grosso do Sul registra um cenário preocupante em relação à Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) neste ano. Conforme o boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde nesta segunda-feira (5), já foram notificados 2.420 casos e 167 mortes provocadas pela condição até o momento.

A SRAG é caracterizada por um quadro grave de infecção respiratória, frequentemente associado a pneumonia e com risco elevado de internação e morte, especialmente em grupos mais vulneráveis.

A análise dos óbitos aponta que os idosos são os mais afetados: pessoas com 80 anos ou mais representam 26,35% das mortes; seguidas pela faixa de 70 a 79 anos (19,76%) e de 60 a 69 anos (17,96%). No entanto, o número de óbitos também preocupa entre adultos de 40 a 59 anos, que somam quase um terço do total de vítimas. Também há registros de mortes em crianças de até 1 ano e adolescentes.

Entre os agentes etiológicos detectados nos casos de SRAG, destacam-se o rinovírus (25,8%) e o vírus sincicial respiratório (25,3%), comuns em quadros gripais e bronquiolites. Em seguida aparecem o Influenza A H1N1 (16,8%) e o vírus da covid-19 (SARS-CoV-2), com 10,5%. O restante dos casos está ligado a outros vírus respiratórios como Influenza A (não subtipado), adenovírus, metapneumovírus e bocavírus.

A principal forma de prevenção contra os agravamentos da SRAG é a vacinação dos grupos de risco — especialmente idosos e crianças pequenas — contra influenza e covid-19. Medidas como uso de máscaras em ambientes hospitalares, higiene frequente das mãos, etiqueta respiratória e distanciamento físico continuam sendo fundamentais para conter a propagação dos vírus.

Dourados enfrenta superlotação hospitalar com aumento dos casos de SRAG

Em Dourados, segunda maior cidade do estado, a situação é crítica. O município contabiliza 104 casos de SRAG e quatro mortes somente em 2025, segundo dados oficiais. A pressão sobre o sistema de saúde levou o secretário municipal de Saúde, Márcio Figueiredo, a reunir profissionais do Hospital da Vida na última sexta-feira (2) para adotar medidas emergenciais diante da superlotação da unidade.

Todos os leitos de UTI e de internação estão ocupados. Para aliviar a demanda crescente, foi definida a reserva de 10 leitos de terapia intensiva exclusivamente para pacientes com doenças respiratórias graves, além da reorganização de leitos clínicos para esse perfil. "Não temos como abrir novos leitos de UTI, mas podemos ir reservando os que forem desocupados", explicou o secretário.

A preocupação se intensifica com a queda das temperaturas, que favorece o avanço das doenças respiratórias. Márcio Figueiredo reforça que a população deve procurar atendimento já nos primeiros sintomas gripais, evitando a evolução para quadros mais graves. Neste fim de semana, a Unidade Básica de Saúde da Seleta funcionou com horário estendido até às 22h e a UPA mantém o atendimento 24 horas.

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